quinta-feira, 22 de abril de 2010

Medidas preventivas contra envolvimento de policiais com crime

Durante as comemorações do Dia de Tiradentes (21 de abril), patrono da Polícia Militar, o comandante da PMERJ, coronel Mário Sérgio, anunciou que iniciará em breve um programa para evitar desvios de conduta dos policiais.  A ideia é realizar um ciclo de palestras reunindo policiais que foram expulsos para que estes comentem o quanto foi negativo para sua vida a exclusão da Corporação.
Faz sentido agir preventivamente.
É muito ruim para Corporação e para sociedade ter policiais exclusos da PM por terem praticado crimes. Sim, obviamente, um policial que os pratica não deve ser mantido na Corporação. Mas é preciso dar informação a esse homem para que ele não caia no erro, mesmo diante das oportunidades.
A despeito de inúmeras exclusões feitas de forma arbitrária por comandos anteriores, o programa proposto pelo comandante Mário Sérgio traz um quê de modernidade. Até hoje, a PM se orgulha de ter expulsado milhares de policiais pelos mais diversos motivos, muitos injustamente, devemos dizer. Mas ao agir preventivamente, como pretende com a implemetanção desse curso, a PM se aproxima do policial que age na ponta com mais respeito.

Cursos de capacitação - A ASSINAP ofereceu a comandos anteriores a realização de cursos de capacitação para policiais que estivessem detidos no BEP (Batalhão Especial Prisional da PM). Os cursos seriam pagos pela Associação, sem ônus algum para o estado, mas também não foi levado adiante.
Não era uma medida paternalista.
Nosso pensamento era o de fazer com que esse homem detido, em caso de exclusão, soubesse fazer outra coisa que não apenas o trabalho de segurança. Um policial expulso, com raras exceções, não sabe fazer outra coisa. Esse é o perigo, pois ninguém quer empregar ex-policial, fazendo com que esse homem seja mais facilmente cooptado pelo crime. Temos que dar opções, estar perto, acompanhar.
Punir sempre não educa, só cria revolta.
Carregar o fardo de ser ex-policial é muito duro para o homem que tenta se recolocar na vida. A exclusão é uma medida traumática para o policial, cansativa e frustante para a Corporação e extremamente negativa para a sociedade.
Entendemos que projetos como esse que o comandante pretende implantar seriam mais eficientes com a participação das entidades de classe, não digo apenas da ASSINAP. Penso assim porque são as associações que estão em contato direto com policiais de todas as patentes e graduações.
A cúpula da Segurança Pública só lida, por hábito e tradição, com os oficiais, e muitas vezes fica sem saber exatemente os anseios das praças e recrutas, enquanto que as associações conversam com a Polícia Militar como um todo.
Desejamos sucesso ao projeto e mais uma vez colocamos à disposição nossa estrutura e pessoal para formar policiais melhores e mais conscientes, bem como agir para recuperar aqueles que já cometeram erros.

2 comentários:

Anônimo disse...

Nenhuma mente voltara ao seu tamanho normal após uma grande idéia.
Albert A.

Anônimo disse...

Quando Miguel Cordeiro for melhor ouvido/entendido,acredito que será objeto de palestras na corporação.
jaelsoncoimbra@hotmail.com