Lixão do Morro do Céu, em Niterói, é área com risco de desmoronamentos

Hoje falo aqui como um cidadão. Apenas mais um cidadão indignado e entristecido com os desastres que vem acontecendo no estado do Rio de Janeiro.
Minha tristeza ainda é maior em relação a Niterói, cidade onde nasci e fui criado, hoje terrivelmente afetada pelas chuvas, contabilizando centenas de mortes, desaparecidos e feridos.
Escrevo aqui para alertar que novos desabamentos podem acontecer na cidade se o poder público se manter inerte. Desde 2007, a ASSINAP denuncia risco de desabamentos no atual lixão de Niterói, localizado no Morro do Céu. A prefeitura diz que é um aterro sanitário, mas as fotos que fizemos não mentem, e mostram que o local é mesmo um lixão a céu aberto que coloca em risco a vida das pessoas.

Lixão ao lado das casas. O terreno é altamente instável

O lixão do Morro do Céu foi implantado depois que as pessoas já estavam morando na área. Hoje, ele é uma ameaça para a saúde e a vida das pessoas que lá moram. Ninguém faz nada, os moradores estão sem voz.
Ainda em 2007, a ASSINAP notificou formalmente o Ministério Público, governador, prefeito, presidente da Clin (empresa de limpeza de Niterói), e os secretários estaduais e municipais de Meio Ambiente, Saúde, Defesa Civil e Segurança, mas nada foi feito em relação ao lixão do Morro do Céu até agora.

Caminhão da Clin, empresa de limpeza de Niterói, saindo do lixão

O lixão já toma todo o topo do morro, devastando considerável vegetação de Mata Atlântica como também contaminando e extinguindo nascentes, como esta abaixo, localizada na Rua A, totalmente infectada pelo chorume.

A ASSINAP possui legitimidade para propor a Ação Civil Pública, visto que os trabalhos para retirada das instalações do lixão ou, na pior hipótese, remoção de feridos em caso de acidentes, envolvem a Polícia Militar, Defesa Civil e o Corpo de Bombeiros.

Imagem do programa Google Earth mostrando a área do lixão do Morro do Céu, em Niterói

A Instituição, com sede em Niterói e subsede no Rio de Janeiro, também se coloca como posto de coleta de donativos (colchonetes, fraldas, água, alimentos não perecíveis e roupas). As doações serão entregues à Defesa Civil e Corpo de Bombeiros das cidades para distribuição às vítimas.

Analise as fotos que fizemos do lixão do Morro do Céu e me diga se ele parece, em algum momento, com um aterro sanitário.

Plásticos espalhados, imúndicie, queimadas e nada de coleta seletiva. Isso é aterro ou um lixão a céu aberto?